quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"Noite de Natal", por emilson Sarmento, in memória

   
                                                                 "Noite de Natal"             (+Emilson Sarmento)

Não poderia ter sido menos morta
aquela noite torta
onde o natal passou por mim
sem que eu chorasse ou sorrisse
sem que eu escutasse os sinos tocandos
sem que eu ouvisse tua voz me chamando
onde a champagnhe misturava-se com minhas lágrimas
sem que eu soubesse que estava chorando.
Não poderia ter sido menos mal
aquela noite de Natal
onde o sorriso de uma criança
me fez calar por um momento minha dor
prá lembrar o nascimento do Senhor.
Enfim, é festa...
E o que resta são pedaços de tempo pra tentar viver
prá que meus cabelos brancos não mais pareçam
com o lenço que enxuga o pranto.
Não poderia ter sido menos triste
o natal que em mim só existe
Porque o Menino-Deus nasceu.
Enfim, é festa...
E o que resta é deixar-me abraçado
fingir ser feliz, sorrir, encantando com meus presentes
ao afagar aquela menina inocente
que abraça o Natal muito menos mal que o meu,
porque meu Deus, neste natal,
ao só me lembro do filho que morreu
(*Só não sabemos se esse filho só existia no pensamento do poeta ou se de fato, essa criança existiu ou existe algum adulto por aí, sem pai...)
Por Fatinha Sarmento

Um comentário:

  1. Obs. neste poema, por erro de digitação tem um acressimo : um se lêem "ao só me lembro..."desconsiderar o "ao"...ficando: só me lembro do filho que morreu.

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