terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"E SE EU FOSSE POETA", Emilson Sarmento, in memória.

"SE EU FOSSE POETA"
+Emilson Sarmento

...e se essa noite fria cúmplice da minha solidão
me pedisse um verso?Como poderia eu falar de uma
rosa num jardim escuro?
Como poderia eu rimar saudade com felicidade
numa invasão de sussurros ditos por mim
a meu travesseiro?
Poderia ser fácil escrever um poema
falando daquele barco atracado ou de um veleiro de amor.
Ou ainda sonhar em alto mar com um luar branco
amando, enxugando o pranto,
possuindo um corpo lindo de se amar?
Poderia?
A solidão é um corredor cheio de portas
onde apenas uma delas contém felicidade.
Assim como a noite escura é um castelo
onde existem uma bruxa e uma rainha.
... e eu prefiro encontrar a rainha...
amar como um rei, embora posto
contanto que nãofosse morto.
Poderia sim!
Falar do meu anonimato
cantar num quarto trancado
onde ninguém ouvisse minha voz desafinada.
Poderia fazer um verso e rasgar
falar no silêncio da noite
minhas melhores palavras de amor.
Poderia fazer mil coisas
SE EU FOSSE UM POETA!

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