sábado, 25 de dezembro de 2010

"EXISTENCIA" (nesta eu falo do amor...diz Missim)

EXISTENCIA
( Por Emilson Sarmento,in memória)
 Existe agora em mim
um misto de dor e emoção
algo que pulsa forte tirando-me a fome
É como se morrer fosse um pecado
e viver uma obrigação irrecusável.
Tudo vejo...e lindo acho!
Tudo planejo...e nada faço.
É uma magia transparente
que envolve meu corpo adolescente
 fazendo-me sorrir à toa no tempo
Nada quero...e lindo acho.
Nada desejo...e nada faço
É uma noite deserta
encoberta por um céu misterioso
onde o silêncio repousa em agonia
como querendo falar ao mundo
tudo o que estou sentindo no peito.
Tudo lamento...e nada faço
Tudo me atormenta...e  lindo acho
É o contágio doentio de ser
aquilo que adormecido em mim
sonha noite adentro o momento final
de acordar contigo, sarando todo mal
Tudo perdoo ...e nada faço
Tudo magoa...e lindo acho.
É o estarrecimento absorto
de vagar lépido e traiçoeiro
por entre vagões dessa vida-fumaça
que arde em meus olhos derramando o pranto
de minha fantasia idiota.
Tudo é lindo...e feio acho
É o não querer ser razão
que repousa sobre a questão propulsora
que faz funcionar meus mecanismos compostos
de uma palavra dividida em todo o meu corpo
e que me faz ver, rompido e esquecido de tudo
que tudo existe...e tudo é lindo
que tudo é AMOR! 
*"nesta eu falo de amor"

"SILÊNCIO" EM ACRÓSTICO,por Emilsom Sarmento(em memória)

"Silêncio" (Acróstico)
+Emilson Sarmento
 
Era noite amarga como tantas
Meus olhos vividos na lembrança
Iluminados por lágrimas
Lungrubres, arrasadoras e
Soluços bestiais, me diziam
Onde estava naquele momento
Nosso amor que eu tanto temia acabar.

Sabes bem que a razão do meu temor
Ainda que vadio sendo teu amor
Ria-me de alegria  por teu beijo
Matando a sede de te querer.
E não sei porque num instante,
Notei que meus olhos sorriam...
Tão feliz ficou meu coração!
O silêncio me fez te esquecer.

Observação do poeta: " O silêncio, assim como a distancia, faz a gente pensar melhor e esquecer de quem se gosta muito. E, depois de pessar uma noite num silêncio muito grande, eu meditei e esqueci de quem eu gostava"...(Missin)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"SILÊNCIO"(ADEUS POESIA), escrito por Emilson Sarmento(in memória)

"SILÊNCIO"(ADEUS DE UM POETA)
+Emilson Sarmento

Silêncio: voz do meu coração.
                          voz dos segredos  do mar
                       voz dessa linda canção
                                    que eu nunca mais vou cantar.

Silêncio:  meu caixão vai sair
                                               ouçam apenas o barulho das flores
                                              e deixem o enterro do poeta seguir
                                               e no céu descansar dos desamores.

    Silêncio:   deixem o verso chorar
                                      que a voz do silêncio é o verso
                                      que conta os segredos do mar.

               Silêncio: Que eu sou a voz do inverso
                            da grande alegria de viver.
                             Eu sou o silêncio do verso
                              que nunca soube escrever.

Fatinha Sarmento, por Missin ,Emilsom Sarmento
em memória.

"Noite de Natal", por emilson Sarmento, in memória

   
                                                                 "Noite de Natal"             (+Emilson Sarmento)

Não poderia ter sido menos morta
aquela noite torta
onde o natal passou por mim
sem que eu chorasse ou sorrisse
sem que eu escutasse os sinos tocandos
sem que eu ouvisse tua voz me chamando
onde a champagnhe misturava-se com minhas lágrimas
sem que eu soubesse que estava chorando.
Não poderia ter sido menos mal
aquela noite de Natal
onde o sorriso de uma criança
me fez calar por um momento minha dor
prá lembrar o nascimento do Senhor.
Enfim, é festa...
E o que resta são pedaços de tempo pra tentar viver
prá que meus cabelos brancos não mais pareçam
com o lenço que enxuga o pranto.
Não poderia ter sido menos triste
o natal que em mim só existe
Porque o Menino-Deus nasceu.
Enfim, é festa...
E o que resta é deixar-me abraçado
fingir ser feliz, sorrir, encantando com meus presentes
ao afagar aquela menina inocente
que abraça o Natal muito menos mal que o meu,
porque meu Deus, neste natal,
ao só me lembro do filho que morreu
(*Só não sabemos se esse filho só existia no pensamento do poeta ou se de fato, essa criança existiu ou existe algum adulto por aí, sem pai...)
Por Fatinha Sarmento

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"E SE EU FOSSE POETA", Emilson Sarmento, in memória.

"SE EU FOSSE POETA"
+Emilson Sarmento

...e se essa noite fria cúmplice da minha solidão
me pedisse um verso?Como poderia eu falar de uma
rosa num jardim escuro?
Como poderia eu rimar saudade com felicidade
numa invasão de sussurros ditos por mim
a meu travesseiro?
Poderia ser fácil escrever um poema
falando daquele barco atracado ou de um veleiro de amor.
Ou ainda sonhar em alto mar com um luar branco
amando, enxugando o pranto,
possuindo um corpo lindo de se amar?
Poderia?
A solidão é um corredor cheio de portas
onde apenas uma delas contém felicidade.
Assim como a noite escura é um castelo
onde existem uma bruxa e uma rainha.
... e eu prefiro encontrar a rainha...
amar como um rei, embora posto
contanto que nãofosse morto.
Poderia sim!
Falar do meu anonimato
cantar num quarto trancado
onde ninguém ouvisse minha voz desafinada.
Poderia fazer um verso e rasgar
falar no silêncio da noite
minhas melhores palavras de amor.
Poderia fazer mil coisas
SE EU FOSSE UM POETA!

"Cantico pós Morte", in memória Emilson Sarmento


"CANTICO PÓS MORTE"(+Emilson Sarmento)
 
                                                                                                    Este era o Emilson, Missin, para os mais íntimos...O que mais me impressiona nesses versos que acabo de encontrar e transcrever aqui, é uma certa certeza da morte que se aproximava...sei que ela é certa pra todos, mas da forma como escreveu em seus poemas, parecia que já o tinha como uma revelação,pois em pleno 26 anos,cheio de planos e energia, foi tirado bruscamente do nosso meio, através daquele   fatidico acidente de carro...maio de 1984.este verso foi escrito em 02 de maio de 1980.Não é incrível?
Fatinha Sarmento.       

...Leve ficou meu corpo,
imóvel ao caixão que cabia o passado esquecido
que comigo se foi
e o futuro só Deus sabe, e sabia.
Flutuei nas nuvens
vagei feito migrantes perdidos.
Ilusões soltei no ar...
gratidões levei prá guardar,
mas meus sonhos apaguei para sempre
e fui viver perto de Deus.
Ela me carregou feito embrulho
um pacote de carne comum
jogou-me feito entulho
comido fui por micróbios em jejum.
E no espaço uma voz me chamou e num susto
quase tremi de medo.
Tinha viajado num silêncio profundo
a procura de um lugar prá sentar,
era o Senhor Deus, a olhar me indagou
porque na terra fiz chorar quem me amou!
E se amar for crime de morte,
devo estar pagando com a dor
de estar ausente do mundo
por não amar a quem me amou.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"PERCEPÇÃO" por Emilson Sarmento,"in memória"

"Percepção"
(+ "Missim")
'EU"
Quatro ventos sopram em minha direção
olho em volta de mim,
sou um ponto perdido em meio a tantos rostos desconhecidos.
E minha memória outrora esquecida
lembra-me o ponto que eu era
no ventre de minha mãe...
E esse pontinho cresceu...
E agora luta para sair de dentro de sío os originais, com observaço do meu saudoso irmão!ões do proprio punh
E eu estou alí, derdido entre os quatro ventos
Olho prá cima...viro-me de costas.
Falta-me perceber a vida
Falta-me captar no vento o amor.
Queria ver no rosto do desconhecido com minha
o seu sofrimento e saber compreender seus passos
Queria olhar pro vazio e enchê-lo com minha presença.
Queria eu saber, quem são 
todos esses pontinhos que passam por mim...

(Observação do autor: "Você já se sentiu sozinho no meio de 25 mil pessoas? Eu já!)
Obs. Tenho os rascunhos, com as observações de proprio punho do meu querido e saudoso irmão)

"SONETO DO ADEUS" por Emilson Sarmento, in memória

"SONETO DO ADEUS"
(+Emilson Sarmento)
Fim de tarde. Nasce mais uma solidão!
Meu sorriso desencantado fala de mim!
São poucas as forças do coração
 e sinto sem teu amor, o meu chegar ao fim.

Te chamei pequenina
E um dia esqueci de te esquecer!
Lembro-me do teu sorriso, moreninha
mas, mesmo assim, sei que vou sobreviver.

Vou prá longe. Vou sair sem direção!
E levarei comigo todos os versos
que falam de mim agora...

Adeus menininha! Adeus meu coração!
Meu adeus é do amor, ainda que o inverso
Adeus, nada mais resta, eu vou embora!

(obs. Versos escritos por emilson Sarmento,"Missim", por volta dos anos 80...)Hoje sinto falta de uma presença, mesmo melancolica,mas que dividisse essa tristeza,essa certeza da morte imimente")
Fatinha Sarmento

'AGONIA" por Emilson Sarmento(In memória)

"AGONIA"

(+Emilson Sarmento)
Entorpecer é calar...
Silêncio!
Há uma morte escondida alí atrás da minha vida!

Morrer é Ressuscitar...
Silêncio!
Há uma vida escondida alí atrás da minha morte!

Credo sem rezar...
Jaz minha morte sem vida
escondida no silêncio!

Morro se Deus não me  Amar...
Jaz minha vida escondida no silêncio da Morte!
(transcrita do texot original,do meu amado irmão,que tão cedo se foi...prevendo essa morte escondida...traz com ela uma vida eterna!Fica em paz!

"Chamem-me Poeta" por (Emilson Sarmento, In memória)


CHAMEM-ME POETA
(+Emilson Sarmento)
Ouve-me, Senhor Deus do universo!
Sei que há encantos nos versos que eu faço.
Sei que sou, a necessidade de escrever um verso
Mas, mesmo assim, minha felicidade se encontra em pedaços.

Não sou poeta, não sou ateu.
faço rimas, componho com o coração.
Não sou rico nem sou plebeu
Sou um  homem, mendigando emoção.

Queria meu Senhor, que um dia
uma luz celestial me iluminasse o ser

 eu, finalmente me tornasse um poeta...

Transporia eu,as barreiras da ironia
e, quebrando o silêncio, queria eu te dizer
Hoje, eu tenho a vida completa.
                                                       
     
Meu amado irmão Missin, minha homenagem...voce é poeta do céu!


Fatinha Sarmento

domingo, 19 de dezembro de 2010

Uma solidão(In memória:Emilson Sarmento)

Uma solidão
"Eu tenho mãe, tenho pai
irmãos, tios, primos,.
tenho amigos, colegas
E UMA SOLIDÃO...

Eu tenho o mar, rios,
cachoeiras,rios, cascatas e lagos,
tenho um barco,
E UMA SOLIDÃO...

Eu tenho lâmpadas,velas, lamparinas,
lanternas, e um isqueiro.
Tenho um quarto claro
E UMA SOLIDÃO...

Eu tenho um céu, um sol,
uma lua e muitas estrelas
Tenho um verso
E UMA SOLIDÃO...
....
Eu tenho caminhos, estradas
terra para pisar, a chuva para molhar,
uma toalha prá enxugar
tenho um sorriso...
E UMA SOLIDÃO!"

(Emilson Sarmento, in mémoria, por Fatinha Sarmento, sua irmã)

Memórias de um poeta:Emilson Sarmento em poesias

"Prá satisfazer meu orgulho
me chamo poeta, mas poeta não sou.
E ao sair cantando versos no entulho
sinto a dúvida, se catei verso, ou se ele ficou.
Caminho noites adentro
perdido a olhar pro céu.
E, no cansaço da madrugada, eu me rendo,
e assim como meu verso, deixo-me jogado ao léu.
Fico triste, porque você,meu amor,
que pensa amar um poeta feliz
e que faz versos por inspiração...
Fico triste por mim,
porque o verso e o meu orgulho infeliz
me deixam assim, na completa solidão"
                           Emilson Sarmento(In memória)